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DIAGNÓSTICO DA COVID-19 E SEU IMPACTO SOBRE O RISCO TROMBÓTICO EM UMA COORTE DE PACIENTES SIMULTANEAMENTE HOSPITALIZADOS POR SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE

OBJETIVOS: Evidências prévias sugerem que o risco trombótico é maior na COVID-19 do que em outros tipos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Contudo, tal comparação se baseou principalmente em coortes históricas. O objetivo deste estudo foi avaliar a incidência de eventos tromboembólicos em...

Descripción completa

Detalles Bibliográficos
Autores principales: Coy-Canguçu, A, Locachevic, GA, Mariolano, JCS, Soares, KHO, Oliveira, JD, Vaz, CO, Damiani, GV, Mazetto, B, Annichino-Bizzacchi, J, Paula, EV, Orsi, FA
Formato: Online Artículo Texto
Lenguaje:English
Publicado: Published by Elsevier Editora Ltda. 2021
Materias:
Acceso en línea:https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8530561/
http://dx.doi.org/10.1016/j.htct.2021.10.823
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description OBJETIVOS: Evidências prévias sugerem que o risco trombótico é maior na COVID-19 do que em outros tipos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Contudo, tal comparação se baseou principalmente em coortes históricas. O objetivo deste estudo foi avaliar a incidência de eventos tromboembólicos em pacientes com COVID-19 e outras SRAG internados em um mesmo período de tempo. MATERIAL E MÉTODOS: Foram selecionados pacientes internados entre março e junho de 2020 no Hospital de Clínicas - UNICAMP que atendiam aos critérios clínicos de SRAG segundo o Ministério da Saúde e a Definição de Berlim, e que apresentavam ao menos 2 resultados de RT-PCR ou ELISA confirmando ou excluindo o diagnóstico de COVID-19. Dos 253 indivíduos internados por SRAG nesse período, foram incluídos 101 pacientes COVID-19 e 102 pacientes não-COVID-19. Os demais foram excluídos por prontuário médico incompleto (n = 16) ou falta de exame laboratorial para COVID-19 (n = 34). Análise descritiva, testes de qui-quadrado, testes-t e regressão logística binária foram usados para comparar os pacientes COVID-19 e não COVID-19. RESULTADOS: Pertenciam ao sexo masculino 62% e 48% dos pacientes COVID-19 e não-COVID-19, respectivamente (P = 0.07). A mediana de idade, em anos, foi 55.77 (IQR 42.31 a 66.68) no grupo COVID-19 e 59.04 (IQR 45.13 a 69.73, P = 0.39) no grupo não-COVID-19. Ambos os grupos apresentaram um escore de Pádua (COVID-19: 3 IQR 2 a 4; não-COVID-19: 3 IQR 2 a 5, P = 0.47) e uma saturação de oxigênio (COVID-19: 92% IQR 90% a 96%; não-COVID-19: 94% IQR 91% a 97%, P = 0.44) semelhantes à admissão. Contudo, a necessidade de suporte de oxigenação invasiva (37.6% vs. 14.7%, P = 0.0002), de drogas vasoativas (44.6% vs. 21.6%, P=0.0006) e de internação em UTI (55.4% vs. 40.2%, P = 0.04) foi maior entre aqueles infectados por SARS-CoV-2. Em conformidade, esses mesmos pacientes permaneceram internados por mais tempo (15 dias IQR 6 a 30.5 vs. 7 dias IQR 3 a 16.3, P < 0.0001) e vieram a óbito com mais frequência (27.7% vs. 14.7%, P = 0.03). Em relação a marcadores de coagulação, não houve diferença estatisticamente relevante entre os grupos quanto a tempo de protrombina, fibrinogênio e D-dímero (COVID-19: 1488 ng/mL IQR 726.5 a 3476; não COVID-19: 1773 ng/mL IQR 807.5 a 4153.8, P = 0.57). Apesar do uso de tromboprofilaxia ter sido mais comum entre pacientes COVID-19 (76.2% vs. 41.2%, P < 0.0001), a incidência de eventos tromboembólicos confirmados por exame de imagem se mostrou similar entre os grupos, mesmo após ajuste para múltiplos fatores (idade, sexo, tromboprofilaxia, hipertensão arterial, diabetes mellitus, escore de Pádua, internação em UTI, tempo de internação total): houve 7 eventos em 7 pacientes não COVID-19 e 13 eventos em 9 pacientes COVID-19 (OR ajustado 0.91, 95% IC 0.28-2.95, P = 0.87). Os eventos mais recorrentes no grupo COVID-19 foram embolismo pulmonar (53.8%) e trombose venosa profunda (23.1%), que representaram 57.1% (P = 0.37) e 14.3% (P = 0.37) dos eventos não-COVID-19, respectivamente. DISCUSSÃO: Ao analisar pacientes internados em um mesmo período de tempo, constatamos que, embora elevado, o risco tromboembólico na COVID-19 é semelhante ao de outros tipos de SRAG, indicando que um estado de hipercoagulabilidade é inerente à SRAG em geral. Além disso, os resultados obtidos revelam que o uso de tromboprofilaxia foi significativamente maior no grupo COVID-19, e que não houve diferença estatisticamente relevante entre os níveis de D-dímero dos pacientes COVID-19 e não COVID-19. CONCLUSÃO: Tais achados fornecem uma melhor compreensão sobre o risco tromboembólico associado à infecção por SARS-CoV-2, e sugerem que evidências prévias de taxas de trombose mais elevadas na COVID-19 sofreram viés pelo uso de coortes históricas.
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MATERIAL E MÉTODOS: Foram selecionados pacientes internados entre março e junho de 2020 no Hospital de Clínicas - UNICAMP que atendiam aos critérios clínicos de SRAG segundo o Ministério da Saúde e a Definição de Berlim, e que apresentavam ao menos 2 resultados de RT-PCR ou ELISA confirmando ou excluindo o diagnóstico de COVID-19. Dos 253 indivíduos internados por SRAG nesse período, foram incluídos 101 pacientes COVID-19 e 102 pacientes não-COVID-19. Os demais foram excluídos por prontuário médico incompleto (n = 16) ou falta de exame laboratorial para COVID-19 (n = 34). Análise descritiva, testes de qui-quadrado, testes-t e regressão logística binária foram usados para comparar os pacientes COVID-19 e não COVID-19. RESULTADOS: Pertenciam ao sexo masculino 62% e 48% dos pacientes COVID-19 e não-COVID-19, respectivamente (P = 0.07). A mediana de idade, em anos, foi 55.77 (IQR 42.31 a 66.68) no grupo COVID-19 e 59.04 (IQR 45.13 a 69.73, P = 0.39) no grupo não-COVID-19. Ambos os grupos apresentaram um escore de Pádua (COVID-19: 3 IQR 2 a 4; não-COVID-19: 3 IQR 2 a 5, P = 0.47) e uma saturação de oxigênio (COVID-19: 92% IQR 90% a 96%; não-COVID-19: 94% IQR 91% a 97%, P = 0.44) semelhantes à admissão. Contudo, a necessidade de suporte de oxigenação invasiva (37.6% vs. 14.7%, P = 0.0002), de drogas vasoativas (44.6% vs. 21.6%, P=0.0006) e de internação em UTI (55.4% vs. 40.2%, P = 0.04) foi maior entre aqueles infectados por SARS-CoV-2. Em conformidade, esses mesmos pacientes permaneceram internados por mais tempo (15 dias IQR 6 a 30.5 vs. 7 dias IQR 3 a 16.3, P < 0.0001) e vieram a óbito com mais frequência (27.7% vs. 14.7%, P = 0.03). Em relação a marcadores de coagulação, não houve diferença estatisticamente relevante entre os grupos quanto a tempo de protrombina, fibrinogênio e D-dímero (COVID-19: 1488 ng/mL IQR 726.5 a 3476; não COVID-19: 1773 ng/mL IQR 807.5 a 4153.8, P = 0.57). 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Além disso, os resultados obtidos revelam que o uso de tromboprofilaxia foi significativamente maior no grupo COVID-19, e que não houve diferença estatisticamente relevante entre os níveis de D-dímero dos pacientes COVID-19 e não COVID-19. CONCLUSÃO: Tais achados fornecem uma melhor compreensão sobre o risco tromboembólico associado à infecção por SARS-CoV-2, e sugerem que evidências prévias de taxas de trombose mais elevadas na COVID-19 sofreram viés pelo uso de coortes históricas. Published by Elsevier Editora Ltda. 2021-10 2021-10-22 /pmc/articles/PMC8530561/ http://dx.doi.org/10.1016/j.htct.2021.10.823 Text en Copyright © 2021 Published by Elsevier Editora Ltda. Since January 2020 Elsevier has created a COVID-19 resource centre with free information in English and Mandarin on the novel coronavirus COVID-19. The COVID-19 resource centre is hosted on Elsevier Connect, the company's public news and information website. Elsevier hereby grants permission to make all its COVID-19-related research that is available on the COVID-19 resource centre - including this research content - immediately available in PubMed Central and other publicly funded repositories, such as the WHO COVID database with rights for unrestricted research re-use and analyses in any form or by any means with acknowledgement of the original source. These permissions are granted for free by Elsevier for as long as the COVID-19 resource centre remains active.
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