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PLASMAFÉRESE COMO TERAPIA AUXILAR NA TROMBOCITOPENIA TROMBÓTICA INDUZIDA POR VACINA (VITT) CONTRA COVID

A Trombocitopenia Trombótica induzida por vacina (VITT) tem sido relatada como um efeito adverso raro e grave após a administração de vacinas contra o COVID-19 que usam adenovírus não replicante como vetor. A VITT caracteriza-se pela presença de: (1) trombose em sítios não usuais (e.g., seio venoso...

Descripción completa

Detalles Bibliográficos
Autores principales: Gama, LCA, Vieira, FC, Oliveira, EAF, Vassalo, J, Rocha, DRC, Dantas, RRM, Dalmazzo, LFF, Vieira, SD
Formato: Online Artículo Texto
Lenguaje:English
Publicado: Published by Elsevier Editora Ltda. 2021
Materias:
Acceso en línea:https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8530571/
http://dx.doi.org/10.1016/j.htct.2021.10.525
Descripción
Sumario:A Trombocitopenia Trombótica induzida por vacina (VITT) tem sido relatada como um efeito adverso raro e grave após a administração de vacinas contra o COVID-19 que usam adenovírus não replicante como vetor. A VITT caracteriza-se pela presença de: (1) trombose em sítios não usuais (e.g., seio venoso sagital, veias esplênicas e renais), (2) plaquetopenia, (3) aumento importante dos valores de D-dímero e (4) elevação do Fator anti-plaquetário 4. Ocorre geralmente cerca de 3 a 30 dias após a vacinação. Segundo a Organização Mundial de Saúde, sua incidência é de 0,5 a 6,8 casos/100.000 vacinados. A fisiopatologia da VITT ainda não é bem esclarecida, porém existe relação com mecanismos relacionados a Trombocitopenia induzida pela Heparina. A maioria dos relatos de reação estão associados a primeira dose da vacina, porém também há casos na segunda dose. Devido a potencial gravidade na evolução, o tratamento não deve ser retardado. A terapia inicial inclui o uso de Imunoglobulina 2 g/kg (em 2 dias). O uso de corticoide em alguns casos pode ser feito como adjuvante, porém ainda não há comprovação de sua eficácia. A plasmaférese deve ser feita de imediato em pacientes com Trombose em Seio Venoso Sagital ou em casos refratários a Imunoglobulina. Não deve ser realizado transfusão de plaquetas e o uso de heparina como anticoagulante deve ser evitado. Faremos o relato de 2 casos em que a plasmaférese foi utilizada como terapia auxiliar ao tratamento: Paciente 1: Paciente mulher, jovem, 24 anos, foi admitida no Hospital 10 dias após a primeira dose da vacina Astrazeneca com quadro de cefaleia persistente refratária a analgésicos e petéquias em face e tronco iniciado 3 dias da internação. Admitida com plaquetopenia 2000, fibrinogênio 190 e D dímero 12000. Iniciado Imunoglobulina 2 g/kg (dois dias seguidos). Foi associado corticoide 1 mg/kg/dia. No nono dia de tratamento, evoluiu com 50 mil plaquetas, D dímero 7400 e PF4 3,34 U/mL. Evoluiu com Crise Convulsiva sendo diagnosticado Trombose Venosa de Seio Sagital. Iniciada Plásmaferese (feito 5 sessões em dias alternados com troca por albumina). Na quinta sessão de plasmaférese estava com D dímero 880, plaquetas 71 mil e fibrinogênio 58. Após 4 dias do término da plasmaférese, paciente apresentou retorno da cefaleia. Dosado D dímero 2300. Reiniciado Plasmaférese (Plasma 1:Albumina 1). Foram realizadas mais 2 sessões com plaquetas acima de 150 mil. Após a quarta sessão, no D27 internação estava com D dímero 470, plaquetas 362 mil e PF4 2,2. Paciente 2: Paciente do sexo masculino, 85 anos, foi admitido no hospital 21 dias após a segunda dose da vacina da AstraZeneca com quadro de fraqueza, astenia, confusão mental e inapetência, associado a tromboembolismo pulmonar. Paciente previamente renal crônico não dialítico, hipertenso, diabético, 2 cirurgias cardíacas prévias (2014 e 2017) e púrpura trombocitopênica idiopática crônica sem necessidade de tratamento prévio. A admissão, exames demonstravam plaquetas de 47.000, TTPa 35,8, INR 1,5 e fibrinogênio de 234. O Anticorpo anti-PF4 foi de 4,8 U/mL, e as plaquetas chegaram a 19.000. Foram realizados dois ciclos de IGIV, sem resposta, e mesmo com associação de corticóide 1 mg/kg/dia, não houve resposta. Foi optado por realizar plasmaférese terapêutica com realização em dias seguidos com troca de 1 volemia plasmática e reposição realizada com plasma fresco congelado em todas as sessões. Após 4 sessões, paciente apresentou melhora clinica, a despeito de manter plaquetopenia. Nesse momento, devido a historia de PTI previa, foi optado por iniciar eltrombopag. CONCLUSÃO: Relatamos 2 casos clínicos, nos quais a plasmaférese terapêutica pode contribuir para evitar um desfecho desfavorável na VITT.