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ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA COVID-19 EM PACIENTES COM DOENÇA ONCO-HEMATOLÓGICA ATENDIDOS EM HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS DA GRANDE VITÓRIA: EXPERIÊNCIA DE 12 MESES

OBJETIVO: Descrever os dados epidemiológicos da COVID-19 em pacientes onco-hematológicos em dois centros de tratamento do Espírito Santo. MÉTODOS: Estudo retrospectivo utilizando dados de prontuário dos aspectos epidemiológicos da COVID-19 em pacientes onco-hematológico atendidos no Hospital Santa C...

Descripción completa

Detalles Bibliográficos
Autores principales: Sonsim, GS, Marcondes, SS, Araújo, A, Souza, LFL, Binda, VL, Carvalho, VHR, Matos, PADSBA, Cazeli, AB, Lodi, SF, Novaes, ACZL
Formato: Online Artículo Texto
Lenguaje:English
Publicado: Published by Elsevier Editora Ltda. 2021
Materias:
Acceso en línea:https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8530573/
http://dx.doi.org/10.1016/j.htct.2021.10.915
Descripción
Sumario:OBJETIVO: Descrever os dados epidemiológicos da COVID-19 em pacientes onco-hematológicos em dois centros de tratamento do Espírito Santo. MÉTODOS: Estudo retrospectivo utilizando dados de prontuário dos aspectos epidemiológicos da COVID-19 em pacientes onco-hematológico atendidos no Hospital Santa Casa de Misericórdia de Vitória (HSCMV) e Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (HUCAM), no período de fevereiro/2020 a fevereiro/2021. RESULTADOS: Avaliado, no período de  12 meses, 406 pacientes com neoplasias hematológicas, sendo 195 HSCMV e 211 HUCAM. Identificados 36 pacientes com COVID 19 sendo 44% (16) HUCAM e 56% (20) HSCMV. Quanto ao sexo: 33% (12) feminino e 67% (24) sexo masculino. A média de idade foi 56 anos, menor idade 23 e maior 82. Em relação ao diagnóstico hematológico: 22% (8) leucemia aguda, 14% (5) mieloma múltiplo, 8% (3) SMD, 14% (5) doença mieloproliferativa crônica, 14% (5) linfoma de baixo grau e 28% (10) de alto grau. As comorbidades de risco para COVID estavam presentes em 47% (17), com predomínio da Hipertensão arterial 36% (13). Considerando a linha temporal os meses de maior incidência foram: maio (8), junho (5) e julho (6), agosto (5). A maioria dos diagnósticos foi por RT-PCR,porém16% (6) por sorologia. Em relação à provável fonte de contaminação 39% (14) estavam internados por outros motivos quando desenvolveram sintomas de COVID, 14% (5) relatavam contato com paciente positivo, os outros 47% (17) adquiriram por provável infecção comunitária. Boa parte dos pacientes estavam em quimioterapia 39% (14) ao diagnóstico de COVID. Quadros classificados como COVID grave pelos critérios do MS foram observados em 53% (19), mas 55% (20) necessitou de UTI, destes a maioria (15) precisou de ventilação mecânica. 92% (33) tinham anemia, no entanto, neutropenia foi observada em apenas 16% (6). A taxa de letalidade por COVID-19 e suas complicações foi 39%. DISCUSSÃO: Informações sobre a incidência de COVID-19 entre pacientes com câncer são variáveis. Sugere-se maior incidência em pacientes com câncer em relação à população geral, mesmo quando ajustado para fatores de risco, como idade avançada e comorbidades. O risco da COVID-19 parece ser maior para aqueles com câncer hematológico e de pulmão. Dados franceses sugerem maior necessidade de UTI em pacientes oncohematológicos (25%) quando comparados a outros tipos de neoplasia. Os dados deste estudo demostram maior gravidade quando comparados a outros centros (São Paulo e França), visto a alta taxa de necessidade de UTI e letalidade. É possível perceber a relação do aumento da incidência com os dados de infeções comunitárias regionais, no entanto ainda é relevante o número de pacientes que adquirem a COVID 19 durante a internação por outros motivos. A minoria apresentava neutropenia o que pode sugerir que outros mecanismos de imunossupressão da doença de base possuem maior impacto além da quimioterapia recente. CONCLUSÃO: Os dados corroboram que neoplasias hematológicas possuem piores desfechos comparados a dados de literatura para outros tipos de câncer e para população geral reforçando a necessidade de reavaliar as medidas de prevenção/proteção já adotadas. Estratégias diferenciadas de testagem durante internação podem propiciar diagnóstico precoce prevenindo contaminações nas enfermarias. Estudos de eficácia da vacinação nestes pacientes podem ser importantes para abordagem diferenciada de esquema vacinal permitindo melhor proteção para casos graves de COVID -19.