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DESCARTE DE PLASMA RICO EM PLAQUETAS EM RAZÃO DA UTILIZAÇÃO DE FÁRMACOS COM ATIVIDADE ANTIPLAQUETÁRIA NO HEMOCENTRO REGIONAL DE SANTA MARIA DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19
OBJETIVOS: Analisar o número de plasma rico em plaquetas desprezados em razão do uso de medicamentos com atividade antiagregante plaquetária no Hemocentro Regional de Santa Maria (HEMOSM) no período da pandemia de COVID-19. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de um estudo observacional retrospectivo realiz...
Autores principales: | , , , , , |
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Formato: | Online Artículo Texto |
Lenguaje: | English |
Publicado: |
Published by Elsevier Editora Ltda.
2021
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Materias: | |
Acceso en línea: | https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8530665/ http://dx.doi.org/10.1016/j.htct.2021.10.583 |
Sumario: | OBJETIVOS: Analisar o número de plasma rico em plaquetas desprezados em razão do uso de medicamentos com atividade antiagregante plaquetária no Hemocentro Regional de Santa Maria (HEMOSM) no período da pandemia de COVID-19. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de um estudo observacional retrospectivo realizado pela investigação de dados do Sistema HEMOVIDA (Sistema Nacional de Gerenciamento em Serviços de Hemoterapia) no HEMOSM durante o período de fevereiro/2020 a Julho/2021. RESULTADOS: Durante o período da pandemia, foram descartadas 35 bolsas de plasma rico em plaquetas porque os doadores relataram na triagem clínica que haviam feito uso de alguma medicação com atividade antiagregante plaquetária. DISCUSSÃO: A triagem clínica é uma etapa muito importante na garantia da qualidade dos hemocomponentes porque, através de uma entrevista privada com um profissional da saúde, o doador pode fornecer informações relevantes para que este seja considerado apto ou inapto para a doação. Durante a entrevista, uma das questões postas ao candidato à doação é se este faz ou fez o uso de algum medicamento, isto porque alguns medicamentos podem tornar o doador inapto para a doação de forma permanente (uso contínuo) ou temporariamente, caso o uso do medicamento ocorra de forma esporádica mas tenha antecedido a doação de sangue. A Aspirina®, por exemplo, é um medicamento amplamente difundido, de venda livre e empregado na automedicação. O ácido acetilsalicílico (AAS) é o fármaco (componente ativo) presente na formulação deste medicamento utilizado como analgésico, antitérmico e inclusive (em doses baixas como 75 mg/dia) para evitar eventos trombóticos. A propriedade do AAS que justifica seu uso como profilaxia da trombose é a inibição da síntese de TXA(2) plaquetário, e este é justamente o motivo pelo qual doadores que fizeram uso recente do AAS não tem suas plaquetas fracionadas, aproveitando-se apenas o concentrado de hemácias oriundo da doação. A inibição da síntese de TXA(2) plaquetário (>95%) implica na deficiência dessas plaquetas em estimular a ativação de novas plaquetas e aumentar a agregação plaquetária, tornando os trombóticos desse doador não funcionais, e, portanto, não efetivos no controle de eventos hemorrágicos quando transfundidos em pacientes plaquetopênicos. O uso de medicamento com atividade antiplaquetários, mesmo não representando um número muito elevado dentre as causas de desprezo de hemocomponentes, representa uma preocupação em relação à automedicação. Ainda, o número de plaquetas randômicas que poderiam ter sido fracionadas destes doadores seria suficiente para atender a aproximadamente 5 prescrições de transfusão de plaquetas (número dependente da quantidade de bolsas solicitadas para a formação do pool de plaquetas randômicas). CONCLUSÃO: Considerando o cenário da redução de aproximadamente 10% das doações no HEMOSM e a alta demanda destes hemocomponentes por solicitação dos serviços de saúde atendidos pelo hemocentro, faz-se importante uma orientação mais efetiva para os doadores quanto aos requisitos necessários para a realização da doação e para a garantia da qualidade dos hemocomponentes produzidos. |
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