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CETOACIDOSE EUGLICÊMICA EM GRÁVIDAS COM COVID-19: DOIS RELATOS DE CASO

INTRODUÇÃO: Mulheres grávidas e puérperas estão sob risco maior para desenvolvimento de doença grave pelo SARS-CoV-2. Além de comprometimento respiratório, estão sujeitas a complicações obstétricas e outras manifestações atípicas. Apresentamos dois casos de gestantes com COVID-19 e cetoacidose eugli...

Descripción completa

Detalles Bibliográficos
Autores principales: Mendes, Isabel Cristina Melo, de Oliveira, Ana Luiza Martins, Trindade, Priscila Martins Pinheiro, Guedes, Cristiane Melo, Perlingeiro, Raissa de Moraes, de Azevedo, Anna Emília Castro, Pimentel, Clarisse Filgueira, Galliez, Rafael Mello
Formato: Online Artículo Texto
Lenguaje:English
Publicado: Published by Elsevier Editora Ltda. 2022
Materias:
Acceso en línea:https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8829166/
http://dx.doi.org/10.1016/j.bjid.2021.102019
Descripción
Sumario:INTRODUÇÃO: Mulheres grávidas e puérperas estão sob risco maior para desenvolvimento de doença grave pelo SARS-CoV-2. Além de comprometimento respiratório, estão sujeitas a complicações obstétricas e outras manifestações atípicas. Apresentamos dois casos de gestantes com COVID-19 e cetoacidose euglicêmica. CASOS: CASO 1: Gestante de 23 anos, 35 semanas de idade gestacional, é admitida na UTI com quadro suspeito de COVID-19. À admissão, encontra-se taquipneica, taquicárdica e hipoxêmica. Gasometria arterial mostrava acidose metabólica grave com ânion gap elevado (pH = 6,81; HCO3 = 8 mEq/L; AG = 27,7 mEq/L). Glicemia de 176 mg/dL. EAS apresentava cetonuria, sem outras alterações. Após avaliação pela Obstetrícia, a paciente foi intubada e a gestação, interrompida, com indução do parto na UTI. Tratamento com solução glicosada intravenosa foi iniciado. Apresentou melhora progressiva, sendo extubada após 11 dias e tendo recebido alta após 25 dias de hospitalização. CASO 2: Gestante de 31 anos, com 31 semanas de idade gestacional, foi admitida na unidade por quadro de febre, congestão nasal, fadiga e dispneia com uma semana de evolução. À admissão, estava discretamente taquipneica, mas sem dessaturação em ar ambiente. Gasometria arterial mostrava acidose metabólica com ânion gap elevado, mas com pH normal (pH = 7,36; HCO3 = 16,9 mEq/L; AG = 16,3 mEq/L). EAS apresentava cetonuria. Solução glicosada intravenosa foi administrada, com correção progressiva da acidose metabólica. A paciente evoluiu com necessidade de ventilação mecânica e de interrupção da gestação. Permaneceu 20 dias intubada, recebendo alta hospitalar após 35 dias. DISCUSSÃO: Cetoacidose euglicêmica é uma condição incomum, mais associada a situações de jejum prolongado. Outros casos de gestantes com COVID-19 que apresentaram o quadro já foram relatados. Aporte nutricional inadequado e sintomas gastrointestinais parecem ser os fatores responsáveis pelo desenvolvimento da cetoacidose em gestantes infectadas pelo SARS-CoV-2, mesmo sem outras condições predisponentes. Esses casos ilustram a necessidade de rastreio da condição e de terapia nutricional adequada durante internação, especialmente nas pacientes que necessitam de oxigenoterapia.