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NEUROCRIPTOCOCOSE PÓS-COVID COM EVOLUÇÃO POUCO COMUM EM PACIENTE APARENTEMENTE IMUNOCOMPETENTE: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO: Meningite criptocóccica é uma das infecções meníngeas mais comuns em países com altas taxas de infecção pelo HIV. É uma infecção grave e fatal, provocada por duas espécies: Cryptococcus neoformans e Cryptococcus gattii. que ultimamente tem se tornado mais frequente em pacientes aparentem...

Descripción completa

Detalles Bibliográficos
Autores principales: Fernandes, Herbert José, Tanure, Sâmia Silva, Ramos, Luísa Fernandes, Oliveira, Karolayne Joyce, de Assis, Gabriela Pacheco, da Silva, Fernanda Sandrelly, dos Reis Aguiar, Clara, Prudente, Luisa Paschoal, Ribeiro, Rafaela Maria Saliba
Formato: Online Artículo Texto
Lenguaje:English
Publicado: Published by Elsevier Editora Ltda. 2022
Materias:
Acceso en línea:https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8829275/
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description INTRODUÇÃO: Meningite criptocóccica é uma das infecções meníngeas mais comuns em países com altas taxas de infecção pelo HIV. É uma infecção grave e fatal, provocada por duas espécies: Cryptococcus neoformans e Cryptococcus gattii. que ultimamente tem se tornado mais frequente em pacientes aparentemente imunocompetentes ou com imunossupressão iatrogênica. Tipicamente os sintomas são cefaleia, alteração de nível de consciência e a presença de meningite linfocítica no líquor. Se não abordada oportunamente, a doença progride para hipertensão intracraniana e coma. O seguinte relato de caso aborda apresentação de meningite criptococóccica em paciente aparentemente imunocompetente. RELATO DE CASO: Paciente masculino, 59 anos, com antecedente de infecção pela COVID-19, sem necessidade de internação hospitalar. Três dias após o fim do isolamento respiratório, iniciou quadro de cefaleia, vômitos recorrentes e confusão mental. Procurou atendimento ambulatorial onde foram realizados ressonância magnética de encéfalo e tomografia computadorizada de crânio que não evidenciaram lesões agudas. Paciente encaminhado para hospital referência com desorientação temporal, reconhecendo figuras, mas não cenas do NIHSS (National Institutes of Health Stroke Scale). Na investigação pregressa relato de quadro de linfoma não-Hodgkin há 10 anos e herpes zoster há 4 meses. Anti- HIV negativo. Líquor evidenciou estruturas encapsuladas, pleocitose com 95% de linfócitos, hiperproteinorraquia, 43 mg/dL de glicose e pesquisa de antígeno criptocóccico positiva. Iniciado Anfotericina B deoxicolato, complicando com disfunção renal aguda. Completado terapia de indução com Anfotericina B complexo lipídico. Paciente seguiu em acompanhamento ambulatorial para terapia de consolidação e manutenção com fluconazol. COMENTÁRIOS: A mortalidade da neurocriptococose é elevada, podendo chegar a 60% no primeiro ano, a despeito de tratamento. Em estudo norte americano que avaliou desfecho em pacientes sem infecção pelo HIV, evidenciou mortalidade de 27%, maior inclusive que em pacientes com infecção pelo HIV. A neurocriptococose acomete principalmente indivíduos imunodeprimidos e, por isso, o paciente deste presente relato foi encaminhado para propedêutica investigativa de possível imunodeficiência primária. A boa evolução do quadro e ausência de sequelas neurológicas evidencia que o rápido reconhecimento e abordagem oportuna impactam no desfecho dessa doença.
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