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ANÁLISE DO PERFIL RACIAL DE MULHERES COM COVID-19: ESTUDO TRANSVERSAL SOBRE EVOLUÇÃO A ÓBITO DE MULHERES NEGRAS NA REGIÃO SUDESTE

As mulheres estão expostas ao sexismo e as mulheres negras convivem com a interseccionalidade com racismo e pobreza e sofrem agravos à saúde devido a privação de direitos humanos, ineficiência dos programas governamentais e falta de acesso à educação e saúde integral. Consideramos mulheres negras co...

Descripción completa

Detalles Bibliográficos
Autores principales: da Fonseca, Marayah Sampaio Ruas, Guimarães, Gabriel Mendes Moura Ossola, de Lima, Fabieli Helena Paulo Comeira, Amaral, Samara Jared Mendes, Tokumoto, Thais, Almeida, Fernanda Dias Guimarães, Patroclo, Maria Aparecida de Assis
Formato: Online Artículo Texto
Lenguaje:English
Publicado: Published by Elsevier Editora Ltda. 2022
Materias:
Acceso en línea:https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8829281/
http://dx.doi.org/10.1016/j.bjid.2021.101779
Descripción
Sumario:As mulheres estão expostas ao sexismo e as mulheres negras convivem com a interseccionalidade com racismo e pobreza e sofrem agravos à saúde devido a privação de direitos humanos, ineficiência dos programas governamentais e falta de acesso à educação e saúde integral. Consideramos mulheres negras como um grupo formado por pretas e pardas de acordo com a autodeclaração do IBGE. Desfechos desfavoráveis na pandemia de COVID-19, doença causada pelo vírus SARS-Cov-2, podem estar associados a vulnerabilidade social e econômica da população negra em território brasileiro, menor acesso ao serviço de saúde de nível secundário e terciário e testagem para COVID-19 na ABS, notificação precária, bem como a segregação espacial: as periferias, favelas ou bairros populares ocupados majoritariamente por negros. Analisar os dados de mulheres negras com COVID-19 e desfechos na região Sudeste do Brasil de março a novembro de 2020. Estudo transversal com dados do DataSUS/ Ministério da Saúde 1 de março a 23 de novembro de 2020, com total de mulheres diagnosticadas com SARS causada pelo vírus SARS-Cov-2 igual a 33.991, sendo 21.551 brancas e 12.063 negras. Rcommander 4.0.3 para Windows foi utilizado. As mulheres negras (4856/12.063) tiveram 1,24 vezes mais chance de evoluírem a óbito, OR = 1,25 IC95% (1,20-1,31), do que as mulheres brancas (7637/21.551). Quanto à idade, as negras maiores de 60 anos tiveram 4,26 vezes mais chance de morrer, OR = 4,26 IC95% (3,9-4,6), do que as negras 20 a 60 anos. Negras maiores de 60 anos tiveram 1,26 vezes mais chance de morrer, OR = 1,26 IC95% (1,18-1,34) do que brancas na mesma faixa. Negras com 20-60 anos tiveram 1,7 vezes mais chance de morrer, OR = 1,70 IC95% (1,57-1,85) do que brancas na mesma faixa. As negras (3464/12.063) tiveram 0,9 vezes menor chance de terem sido internadas em UTI, OR = 0,9 IC95% (0,85-0,93), do que as brancas (6766/21.551). A dispneia esteve relacionada à evolução a óbito em ambos os grupos, OR = 1,22 IC95% (1,16-1,29). Negras com dispneia tiveram 1,16 vezes mais chance de evoluir a óbito, OR = 1,16 IC95% (1,06-1,27), do que aquelas do mesmo grupo que não apresentavam esse sintoma. As mulheres negras apresentaram-se no período analisado como um grupo em maior situação de vulnerabilidade em relação a COVID-19, pois tiveram maior chance de óbito, menos chance de internação em UTI o que poderia significar uma falha no atendimento à saúde dessa população. Ambos os grupos tiveram dispneia como fator condicionante da gravidade.